O relevo e a hidrografia da
região Norte
A região norte apresenta basicamente três unidades
de relevo: planície, depressão e planalto. Em todo território são identificadas
diversas altitudes, no entanto, grande parte da região é constituída por uma
topografia plana. Esse aspecto interfere na configuração da hidrografia, pois
os rios escoam suas águas de forma serena e lenta, tornando-os viáveis para
a navegação.
Grande parte
dos rios escoa suas águas em lugares de planaltos e depressões, apesar de os
rios de grande relevância, como Amazonas, Araguaia e o Guaporé, cortarem áreas
de planícies.
Em uma área
de planalto encontra-se o ponto mais alto do país, com 2.993,8 metros de
altitude, denominado de Pico da Neblina, localizado a noroeste do estado do Amazonas.
A região
norte abriga um grande potencial hídrico com a presença da Bacia do Amazonas,
as águas que escoam sobre a mesma representam 20% de toda água doce proveniente de rios do mundo.
O Amazonas é
o maior rio do mundo, em extensão (6.571 km) e em volume (média de
180.000 m3/s), isso se deve pelo elevado índice pluviométrico da região e aos 7
mil afluentes. O rio Amazonas possui cerca de 5 km de largura e pode atingir
até 100 metros de profundidade.
A região brasileira mais extensa é a Norte,
nela existe a maior floresta equatorial do mundo, a Amazônia. Essa parte do
país ainda possui grandes áreas de florestas preservadas, onde podemos
encontrar coberturas vegetais bastante heterogêneas, como áreas de Cerrado,
Campos e vegetação Litorânea, mas a principal é a floresta Amazônica, que
abrange aproximadamente 80% da região Norte.
Apesar da aparência de homogeneidade da
floresta Amazônica, ela possui distinções quanto à formação vegetal que varia
de acordo com a altitude do relevo. Em razão disso, a Amazônia é classificada
em quatro tipos: mata de igapó, mata de várzea, mata de terra firme e floresta
semiúmida. A cobertura vegetal da Amazônia é composta por plantas do tipo
latifoliadas e perenifólias, ou seja, que possuem folhas grossas e que não caem
em nenhum período do ano.
Já o clima que prevalece ao longo da região é o equatorial úmido, caracterizado por elevadas temperaturas e grande quantidade de chuvas durante todo o ano. Algumas áreas restritas não apresentam tal característica climática, como o Tocantins e partes do Pará e Roraima. Na parte sudeste do Pará e em todo Estado do Tocantins é identificado o clima tropical, com duas estações bem definidas, sendo uma chuvosa e uma seca. Já no noroeste do Pará e leste de Roraima o clima que predomina é o equatorial semiúmido, com períodos curtos de seca, temperaturas sempre elevadas durante todo o ano e índices pluviométricos inferiores ao clima do tipo equatorial úmido. Na região Norte, em geral, as temperaturas ficam em torno dos 26°C, com índices pluviométricos que oscilam entre 1700 e 3000 mm ao ano e baixa amplitude térmica.
Na região Norte existe uma enorme interdependência entre o clima e a vegetação, isso porque há uma influência recíproca entre os mesmos. O clima influencia na floresta, pois as temperaturas são elevadas é há abundante quantidade de chuvas, permitindo a proliferação de uma imensa diversidade de plantas, além de propiciar que elas permaneçam verdes o ano inteiro. Em contrapartida, a floresta contribui diretamente no clima, especialmente nos índices pluviométricos. Tal influência acontece pelo fato de as plantas transpirarem através das folhas. Quando isso ocorre, formam-se gotículas de águas sobre elas, então, com o processo de evaporação, a água contida nas plantas vai para a atmosfera, favorecendo a formação de chuvas.
Já o clima que prevalece ao longo da região é o equatorial úmido, caracterizado por elevadas temperaturas e grande quantidade de chuvas durante todo o ano. Algumas áreas restritas não apresentam tal característica climática, como o Tocantins e partes do Pará e Roraima. Na parte sudeste do Pará e em todo Estado do Tocantins é identificado o clima tropical, com duas estações bem definidas, sendo uma chuvosa e uma seca. Já no noroeste do Pará e leste de Roraima o clima que predomina é o equatorial semiúmido, com períodos curtos de seca, temperaturas sempre elevadas durante todo o ano e índices pluviométricos inferiores ao clima do tipo equatorial úmido. Na região Norte, em geral, as temperaturas ficam em torno dos 26°C, com índices pluviométricos que oscilam entre 1700 e 3000 mm ao ano e baixa amplitude térmica.
Na região Norte existe uma enorme interdependência entre o clima e a vegetação, isso porque há uma influência recíproca entre os mesmos. O clima influencia na floresta, pois as temperaturas são elevadas é há abundante quantidade de chuvas, permitindo a proliferação de uma imensa diversidade de plantas, além de propiciar que elas permaneçam verdes o ano inteiro. Em contrapartida, a floresta contribui diretamente no clima, especialmente nos índices pluviométricos. Tal influência acontece pelo fato de as plantas transpirarem através das folhas. Quando isso ocorre, formam-se gotículas de águas sobre elas, então, com o processo de evaporação, a água contida nas plantas vai para a atmosfera, favorecendo a formação de chuvas.
Aproximadamente 50% da umidade que se
transforma em chuvas é proveniente da floresta. Diante dessa afirmativa,
percebemos que a conservação da Amazônia é indispensável para a funcionalidade
do clima na região e para a manutenção da biodiversidade que esta abriga.
Floresta Amazônica
Com 7
milhões de km² e ocupando regiões de 10 países, a Floresta Amazônica
divide-se em três tipos distintos: as florestas montanhosas andinas, as
florestas de terra firme e as florestas fluviais alagadas.
A
floresta de terra firme, que não difere muito da floresta andina exceto pela
menor densidade, apresenta um solo extremamente pobre em nutrientes, o que forçou uma adaptação das
raízes das plantas que, através de uma associação simbiótica com alguns tipos
de fungos passaram a decompor rapidamente a matéria orgânica depositada no solo
a fim de absorver os nutrientes antes deles serem lixiviados.
Em tempos
remotos a floresta amazônica possuía um clima quente-seco e, devido às
condições de baixa pluviosidade, era composta basicamente por vegetações do tipo cerrado, caatinga e
campinaranas, mais resistentes à seca. Apenas algumas regiões mais altas eram
ocupadas por uma vegetação mais densa que, com a diminuição da temperatura e o
aumento da pluviosidade se alastraram dando origem a floresta de terra firme.
Hoje, são as vegetações do tipo cerrado que se escassearam nessa região sendo
encontrada apenas em alguns lugares de transição com outros tipos de biomas.
A
floresta alagada também apresenta algumas adaptações às condições do ambiente
como raízes respiratórias e sapopembas (árvore da família das figueiras, também
conhecida como gameleira, em que a raiz
pode se desenvolver até dois metros de altura para fora da água acompanhando o
tronco). As áreas alagadas por águas brancas, ou turvas, provenientes de rios
de regiões ricas em matéria orgânica, são chamadas de florestas de várzea. E as
áreas alagadas por águas escuras, que percorrem terras arenosas e pobres em
minerais e que assumem uma coloração escura devido à matéria orgânica presente,
são chamadas de florestas de igapó. A oscilação do nível das águas pode chegar
a até 10 metros de altura.
A fauna
da floresta amazônica é muito rica com a presença de muitas espécies endêmicas.
Entretanto, a macrofauna que habita o solo das regiões de florestas de terra
firme não é muito variada, destacando-se as antas e a queixada. As espécies que
habitam as áreas alagadas possuem em comum a característica de serem exímios
nadadores. São nessas regiões onde encontramos mamíferos aquáticos como os
botos e as lontras. Outros animais que habitam a floresta amazônica são os
primatas, muito abundantes nas regiões de floresta de terra firme, além de
marsupiais, morcegos e roedores que também habitam a copa das árvores. Nas
águas da floresta amazônica, podemos encontrar, além dos exemplos já citados,
as ariranhas, piranhas, e diversas espécies de peixes, algumas das quais, se
alimentam de frutos que caem das árvores (são os chamados peixes frugívoros).
Cientistas estudam matas ciliares da
Reserva Ducke
2008-01-18 - 11:08:22
As pesquisadoras Débora Drucker, Flávia Costa e o pesquisador
William Magnusson,da Coordenação de Pesquisas em Ecologia do Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (CPEC/INPA), investigaram as matas ciliares também
conhecidas como florestas ripárias ou baixios que ocorrem nas margens de 20
igarapés da Reserva Florestal Adolpho Ducke, localizada ao norte da cidade de
Manaus.
Os resultados do estudo indicam que a largura das matas ciliares
não é fixa, como implicam as definições adotadas no Código Florestal (Lei nº
4.771/65). Dessa forma, o manejo eficaz dessas áreas deveria ser planejado
complementarmente com base na Lei nº 7.803/1989 (que define a largura mínima
para os cursos d’água adotada pelo Código Florestal) e em resultados
científicos — abordagem que pode ampliar as informações disponíveis para os
tomadores de decisão.
Além da diversidade de espécies de ervas nessas localidades ser
maior nos baixios que nas áreas altas, a largura da zona ripária varia de
acordo com a largura dos vales ao longo dos igarapés, segundo o levantamento.
A pesquisa destaca ainda que as espécies típicas das matas
ciliares se restringem a uma faixa de largura variável, que pode chegar até a
100 metros a partir das margens dos igarapés com menos de 10 metros de largura,
uma diferença bastante significativa em relação à largura mínima de 30 metros,
da Lei nº 7.803/1989.
Os dados foram publicados recentemente na revista Journal of
Tropical Ecology. As conclusões contribuem para a compreensão do funcionamento
dessas áreas, de forma a fornecer orientações para o manejo eficaz e a
conservação da biodiversidade e dos processos relacionados à manutenção dos
recursos hídricos.
O estudo é parte da dissertação de mestrado de Débora Drucker e
foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), tendo apoio do Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Longa
Duração (Peld) do INPA. Para acessar o estudo completo, o endereço é: http://dx.doi.org/10.1017/S0266467407004701.
Sobre matas ciliares – Mata ciliar é a vegetação adjacente aos cursos de água e possui
esse nome por atuar como “os cílios dos rios”, protegendo os recursos hídricos.
Dentre as principais funções ambientais da mata ciliar estão: a preservação das
margens dos cursos de água e a capacidade de retenção da água da chuva, evitando
a erosão do solo e o assoreamento dos leitos.
Devido à importância funcional dessas áreas, elas são protegidas
por lei e estão sendo classificadas como Áreas de Proteção Permanente (APP). A
vegetação encontrada em matas ciliares é influenciada por fatores ambientais
característicos, como a ocorrênciade
inundações.
Na Amazônia Central, a influência das cheias na vegetação
adjacente aos grandes rios vem sendo estudada há muitos anos e existe uma
grande quantidade de informação disponível para embasar a conservação dessas
áreas. Entretanto, há pouca informação disponível sobre a vegetação ciliar ao
longo dos pequenos igarapés de terra firme, onde as inundações ocorrem de forma
imprevisível e temporária em resposta às chuvas, sofrendo menor influência da
sazonalidade.