A Guerra Fria estabeleceu um clima tenso entre as grandes potências do pós-Segunda Guerra.
Nos fins da Segunda Guerra Mundial, os países
aliados se reuniram na Conferência de Yalta para discutirem a organização do
cenário político e econômico do pós-guerra. Já nesse encontro, Estados Unidos e
União Soviética se sobressaíram como as duas maiores potências do período.
Contudo, as profundas distinções ideológicas, políticas e econômicas dessas
nações criaram um clima de visível antagonismo.
Preocupada com o avanço da influência do socialismo soviético, os norte-americanos buscaram se aliar politicamente a algumas nações da região balcânica. Em contrapartida, os soviéticos criaram um “cordão de isolamento” político que impediria o avanço da ideologia capitalista pelo restante da Europa Oriental. Essa seria apenas as primeiras manobras que marcariam as tensões ligadas ao desenvolvimento da chamada “Guerra Fria”.
Preocupada com o avanço da influência do socialismo soviético, os norte-americanos buscaram se aliar politicamente a algumas nações da região balcânica. Em contrapartida, os soviéticos criaram um “cordão de isolamento” político que impediria o avanço da ideologia capitalista pelo restante da Europa Oriental. Essa seria apenas as primeiras manobras que marcariam as tensões ligadas ao desenvolvimento da chamada “Guerra Fria”.
O confronto entre socialistas e capitalistas ganhou
esse nome porque não houve nenhum confronto direto envolvendo Estados Unidos e
União Soviética. Nessa época, a possibilidade de confronto entre essas duas
nações causava temor em vários membros da comunidade internacional. Afinal de
contas, após a invenção das armas de destruição em massa, a projeção de uma
Terceira Guerra Mundial era naturalmente marcada por expectativas desastrosas.
Geralmente, percebemos que os episódios ligados à
Guerra Fria estiveram cercados por diferentes demonstrações de poder que
visavam indicar a supremacia do mundo capitalista sobre o socialista, ou
vice-versa. Um primeiro episódio de tal natureza ocorreu com o lançamento das
bombas atômicas em território japonês. Através do uso dessa tecnologia, o mundo
capitalista-ocidental visava quebrar a hegemonia socialista no Oriente.
Logo em seguida, os soviéticos bloquearam a cidade
de Berlim em reação contra a tentativa de garantir a hegemonia política
capitalista na região. Em resultado desse confronto, o território alemão foi
dividido em dois Estados: a República Federal da Alemanha, de orientação
capitalista; e a República Democrática Alemã, dominada pelos socialistas. Nessa
mesma região seria construído o Muro de Berlim, ícone máximo da ordem bipolar
estabelecida pela Guerra Fria.
Buscando garantir oficialmente o apoio de um amplo
conjunto de nações, os Estados Unidos anunciaram formulação do Plano Marshall,
que concedia fundos às nações capitalistas, e logo depois, a criação da OTAN,
Organização do Tratado do Atlântico Norte. Por meio dessa última organização
militar, os capitalistas definiram claramente quais países apoiariam os EUA em
uma possível guerra contra o avanço das forças socialistas.
Sem demora, a União Soviética também conclamou os países influenciados pela esfera socialista a assinarem o Pacto de Varsóvia, criado em 1955. Tendo pretensões muito semelhantes à OTAN, a união congregava União Soviética, Albânia, Bulgária, Romênia, Tchecoslováquia, Hungria, Polônia e a República Democrática Alemã. Um pouco antes, respondendo às bombas de Hiroshima e Nagasaki, os soviéticos ainda promoveram testes nucleares no Deserto do Cazaquistão.
Sem demora, a União Soviética também conclamou os países influenciados pela esfera socialista a assinarem o Pacto de Varsóvia, criado em 1955. Tendo pretensões muito semelhantes à OTAN, a união congregava União Soviética, Albânia, Bulgária, Romênia, Tchecoslováquia, Hungria, Polônia e a República Democrática Alemã. Um pouco antes, respondendo às bombas de Hiroshima e Nagasaki, os soviéticos ainda promoveram testes nucleares no Deserto do Cazaquistão.
Essa seria apenas uma pequena amostra da truculenta
corrida armamentista que se desenhou entre os capitalistas e socialistas. Como
se não bastassem tais ações, a Guerra Fria também esteve profundamente marcada
pelo envolvimento de exércitos socialistas e capitalistas em guerras civis,
onde a hegemonia política e ideológica desses dois modelos esteve em pauta.
Somente nos fins da década de 1980, quando a União
Soviética começou a dar os primeiros sinais de seu colapso econômico e
político, foi que essa tensão bipolar veio a se reorganizar. Antes disso,
conforme muito bem salientou o historiador Eric Hobsbawm, milhares de
trabalhadores, burocratas, engenheiros, fornecedores e intelectuais, tomaram
ações diversas em torno da ameaça de uma desastrosa guerra.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
SOCIALISMO
Marx e Engels: o início de uma nova etapa no pensamento socialista.
No final da
primeira metade do século XIX, diversos movimentos contra as monarquias
nacionais contaram com a participação do operariado de diferentes países. Por
meio da derrubada desses regimes absolutistas, a figura do trabalhador
representava as contradições e os anseios de um grupo social subordinado ao
interesse daqueles que concentravam extenso poder econômico em mãos. Foi nesse
período em que novas doutrinas socialistas ofereceram uma nova perspectiva
sobre a sociedade capitalista e a condição do trabalhador
contemporâneo.Lançando a obra “Manifesto Comunista”, Karl Marx e Friedrich
Engels inauguraram um conceito fundado na ideia de que, ao longo da História,
as sociedades foram marcadas pelo conflito de classes. Dessa maneira, a
sociedade industrial dividia-se em dois grupos principais: de um lado a
burguesia, detentora dos meios de produção (máquinas, fábricas e terras); e do
outro o proletariado, que vendia sua força de trabalho ao burguês em troca de
um salário que o sustentasse.
Na
perspectiva desses pensadores, a oposição de interesses dessas classes
representava um tipo de antagonismo que, ao longo da trajetória das
civilizações, configurou-se de diferentes formas. Essa luta de classes era
originada pelas condições em que as riquezas eram distribuídas entre os homens.
Essas formas de distribuição formavam a teoria do materialismo histórico que,
em suma, defendia que as maneiras de pensar e agir eram determinadas pelas
condições materiais de uma sociedade.
No caso da sociedade capitalista, os operários viviam em constante situação penosa, pois a burguesia organizava meios para que os trabalhadores permanecessem em uma situação excludente. Por meio da teoria da mais-valia, Marx e Engels, demonstraram que os trabalhadores não recebiam um pagamento equivalente ao valor das riquezas por eles produzido. Isso seria possível devido o monopólio dos bens de produção exercido pela burguesia e pela alienação dos trabalhadores que, por meio da especialização de seu trabalho, não sabiam ao certo o valor da riqueza que produziam.
Mesmo assinalando todas as desigualdades e problemas do mundo capitalista, a teoria marxista propôs uma solução a essa situação injusta. Estudando as transformações da história, o marxismo percebeu uma relação dialética (transformadora) entre os homens. A partir daí, a instabilidade do mundo capitalista e a piora das condições do proletário abriu portas para o surgimento de ideias novas e contrárias à realidade vigente. Os trabalhadores tomaram consciência de sua situação e, por conseguinte, buscaram meios para que as diferenças que os afastavam da burguesia fossem de alguma forma superadas.
No caso da sociedade capitalista, os operários viviam em constante situação penosa, pois a burguesia organizava meios para que os trabalhadores permanecessem em uma situação excludente. Por meio da teoria da mais-valia, Marx e Engels, demonstraram que os trabalhadores não recebiam um pagamento equivalente ao valor das riquezas por eles produzido. Isso seria possível devido o monopólio dos bens de produção exercido pela burguesia e pela alienação dos trabalhadores que, por meio da especialização de seu trabalho, não sabiam ao certo o valor da riqueza que produziam.
Mesmo assinalando todas as desigualdades e problemas do mundo capitalista, a teoria marxista propôs uma solução a essa situação injusta. Estudando as transformações da história, o marxismo percebeu uma relação dialética (transformadora) entre os homens. A partir daí, a instabilidade do mundo capitalista e a piora das condições do proletário abriu portas para o surgimento de ideias novas e contrárias à realidade vigente. Os trabalhadores tomaram consciência de sua situação e, por conseguinte, buscaram meios para que as diferenças que os afastavam da burguesia fossem de alguma forma superadas.
Segundo o
marxismo, a luta dos trabalhadores deveria mover-se em direção da tomada do
poder político. Assumindo as instituições políticas, a chamada ditadura do
proletariado deveria extinguir as condições de privilégio e dominação criadas
pela burguesia. Instituindo um governo socialista, as desigualdades e as
classes sociais deveriam ser abolidas. Os meios de produção deveriam ficar nas
mãos do Estado e toda riqueza deveria ser igualitariamente dividida.
Com isso, as
distinções entre os homens perderiam o seu espaço. A propriedade privada, as
classes sociais e, por fim, o Estado finalmente desapareceriam. A ditadura do
proletariado não seria mais necessária, pois a sociedade comunista não veria
sentido em nenhuma forma de poder instituído. Os indivíduos alcançariam a
felicidade exercendo o trabalho que melhor lhe conviesse e, por ele, receberiam
um salário capaz de prover o seu sustento.
Antevendo a
reprodução e internacionalização de todas as mazelas do mundo capitalista, Marx
defendeu a imediata união dos trabalhadores rumo ao conjunto de transformações
necessárias para o início dessa revolução. Por isso, enxergou na união do
proletariado o mais poderoso instrumento pelo qual, finalmente, as desigualdades
do capitalismo pudessem ser superadas. É por isso que, a mais célebre frase do
Manifesto Comunista profere: “Trabalhadores do mundo, uni-vos!”.
Com o legado
científico deixado por Marx e Engels, o socialismo passou a configurar uma nova
forma de enxergar a condição do homem e sua história. Por meio de suas
propostas, novos movimentos e pensadores deram continuidade ao desenvolvimento
de diversas teorias de influência marxista. Ainda hoje, podemos nos deparar com
partidos e movimentos que lutam, cada um a seu modo, pelas ideias um dia
elaboradas por esses dois teóricos.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Mestre em História
COMUNISMO
O comunismo foi pensado de diferentes formas ao longo do tempo.
De forma
geral, a maioria dos livros didáticos costuma atrelar o surgimento do comunismo
em função da reflexão teórica apontada por Karl Marx e Friedrich Engels.
Entretanto, essa ideia de que o comunismo seria fruto de uma mera reflexão de
dois teóricos do século XIX pode ser vista sobre outro prisma. Basta
compreendemos o comunismo enquanto experiência socialmente vivida e, ao mesmo
tempo, buscarmos enxergar traços dessa mesma experiência na fala de outros
pensadores.
O comunismo
pode ser compreendido como certo tipo de ordenação social, política e econômica
onde as desigualdades seriam sistematicamente abolidas. Por meio dessa
premissa, a experiência comunista parte de um pressuposto comum onde a
desigualdade social gera problemas que se desdobram em questões como a
violência, a miséria e as guerras. A intenção de banir as diferenças entre os
homens acaba fazendo com que muitos enxerguem o comunismo como uma utopia
dificilmente alcançada.
Na Grécia
Antiga, o filósofo Platão buscou arquitetar uma forma de governo ideal onde a
propriedade privada e as famílias seriam extintas. O fim da família e da
propriedade reforçaram um ideal de comunidade que colocaria em segundo plano os
interesses individuais e familiares. A união sexual deveria ter caráter
temporário e a criação dos filhos seria de responsabilidade do Estado. Sem abordar
a questão do escravismo, o pensamento platônico não tece uma crítica total aos
valores de sua época.
Durante a Idade Média, a crise do sistema feudal e o grande enriquecimento da Igreja impulsionaram a formação de movimentos que tentaram abolir as desigualdades. Inspirados por um discurso de forte traço religioso, algumas das heresias medievais não só criticavam as desigualdades de seu tempo. Dotados de uma tendência mais radical, alguns movimentos religiosos deste período defendiam a supressão da classe nobiliárquica e a revolta camponesa como mecanismos de justiça social.
No período de ascensão da burguesia mercantil, outros pensadores também se preocuparam em criticar os valores de seu tempo em favor de uma sociedade ideal. No século XVI, o filósofo britânico Thomas Morus redigiu a obra “Utopia”, lançou novas bases onde o comunismo seria vivido por meio de mecanismos que subordinassem a individualidade em prol do coletivismo. Contrariando uma tendência do pensamento renascentista (o individualismo), Morus buscou uma maior comunhão social.
No século seguinte, o advento da Revolução Inglesa foi visto como uma experiência histórica que deu brecha a práticas comunistas. Em meio às reivindicações da nascente burguesia britânica, trabalhadores urbanos e camponeses reivindicavam o fim das propriedades privadas e coletivização igualitária das riquezas. Nessa época, um grupo conhecido como “diggers” (do inglês, cavadores) plantava em lotes públicos e distribuía os alimentos colhidos entre a população inglesa.
O desenvolvimento da sociedade capitalista trouxe novas inspirações ao pensamento comunista. O auge dessas tentativas de explicação das desigualdades surgiu com os pressupostos do socialismo científico de Karl Marx e Friedrich Engels. Inspirados pela dialética hegeliana e uma interpretação histórica das sociedades, esse pensadores buscaram na realidade material a construção de um argumento que colocou no antagonismo das classes sociais as bases de transformação do mundo.
Dessa maneira, o socialismo lançou uma ousada proposta de transformação ao buscar na luta de classes e no materialismo histórico, meios racionais de mudança. Segundo o pensamento marxista, as desigualdades seriam suprimidas no momento em que as classes subordinadas tomassem o controle do Estado. Controlando esta instituição teriam a missão histórica de promover mudanças favoráveis ao fim das desigualdades sociais e econômicas.
Durante a Idade Média, a crise do sistema feudal e o grande enriquecimento da Igreja impulsionaram a formação de movimentos que tentaram abolir as desigualdades. Inspirados por um discurso de forte traço religioso, algumas das heresias medievais não só criticavam as desigualdades de seu tempo. Dotados de uma tendência mais radical, alguns movimentos religiosos deste período defendiam a supressão da classe nobiliárquica e a revolta camponesa como mecanismos de justiça social.
No período de ascensão da burguesia mercantil, outros pensadores também se preocuparam em criticar os valores de seu tempo em favor de uma sociedade ideal. No século XVI, o filósofo britânico Thomas Morus redigiu a obra “Utopia”, lançou novas bases onde o comunismo seria vivido por meio de mecanismos que subordinassem a individualidade em prol do coletivismo. Contrariando uma tendência do pensamento renascentista (o individualismo), Morus buscou uma maior comunhão social.
No século seguinte, o advento da Revolução Inglesa foi visto como uma experiência histórica que deu brecha a práticas comunistas. Em meio às reivindicações da nascente burguesia britânica, trabalhadores urbanos e camponeses reivindicavam o fim das propriedades privadas e coletivização igualitária das riquezas. Nessa época, um grupo conhecido como “diggers” (do inglês, cavadores) plantava em lotes públicos e distribuía os alimentos colhidos entre a população inglesa.
O desenvolvimento da sociedade capitalista trouxe novas inspirações ao pensamento comunista. O auge dessas tentativas de explicação das desigualdades surgiu com os pressupostos do socialismo científico de Karl Marx e Friedrich Engels. Inspirados pela dialética hegeliana e uma interpretação histórica das sociedades, esse pensadores buscaram na realidade material a construção de um argumento que colocou no antagonismo das classes sociais as bases de transformação do mundo.
Dessa maneira, o socialismo lançou uma ousada proposta de transformação ao buscar na luta de classes e no materialismo histórico, meios racionais de mudança. Segundo o pensamento marxista, as desigualdades seriam suprimidas no momento em que as classes subordinadas tomassem o controle do Estado. Controlando esta instituição teriam a missão histórica de promover mudanças favoráveis ao fim das desigualdades sociais e econômicas.
Esse governo
guiado pelo interesse dos trabalhadores, ao longo do tempo, reforçaria práticas
e costumes em favor do comunismo. De acordo com o pensamento socialista, a real
instituição do comunismo somente aconteceria no momento em que o Estado
(compreendido como uma instituição de controle) fosse extinto em favor de uma
sociedade na qual as riquezas fossem igualitariamente divididas a todos aqueles
que contribuíssem com sua força de trabalho.
Capitalismo
“Vivemos
em um mundo capitalista!”.
Certamente, esta frase foi dita ou ouvida pela maioria das pessoas, porém
muitos ainda não sabem o que significa viver em um mundo capitalista.
Capitalismo é o sistema sócio-econômico
em que os meios de produção (terras, fábricas, máquinas, edifícios) e o capital (dinheiro)
são propriedade privada, ou seja, tem um dono.
Antes do capitalismo, o sistema
predominante era o Feudalismo, cuja riqueza vinha da exploração
de terras e também do trabalho
dos servos. O progresso e as importantes
mudanças na sociedade (novas técnicas agrícolas, urbanização,
etc) fizeram com que este sistema se rompesse. Estas mesmas mudanças que
contribuiram para a decadência do Feudalismo, cooperaram para o surgimento do
capitalismo.
Os proprietários dos meios de
produção (burgueses
ou capitalistas)
são a minoria da população e os não-proprietários (proletários ou trabalhadores
– maioria) vivem dos salários pagos em troca de sua força de trabalho.
CARACTERÍSTICAS
- Toda mercadoria é destinada para a venda e não para o uso pessoa
- Toda mercadoria é destinada para a venda e não para o uso pessoa
- O trabalhador recebe um salário em
troca do seu trabalho
- Toda negociação é feita com
dinheiro
- O capitalista pode admitir ou
demitir trabalhadores, já que é dono de tudo (o capital e a
propriedade)
FASES DO CAPITALISMO
- Capitalismo Comercial ou mercantil:
consolidou-se entre os séculos XV e XVIII. É o chamado Mercantilismo. As
grandes potências da época (Portugal, Espanha, Holanda, Inglaterra e França)
exploravam novas terras e comercializavam escravos, metais preciosos etc. com a
intenção de enriquecer.
- Capitalismo Industrial: Foi a época da
Revolução Industrial.
- Capitalismo Financeiro: após a segunda
guerra, algumas empresas começaram a exportar meios de produção por causa da
alta concorrência e do crescimento da indústria.
O capitalismo vem sofrendo
modificações desde a Revolução Industrial até hoje. No início do século XX,
algumas empresas se uniram para controlar preços e matérias-primas impedindo
que outras empresas menores tenham a chance de competir no mercado.
Nessa época várias empresas se
fundiram, dando origem as transnacionais (também conhecidas como multinacionais). São
elas: Exxon, Texaco, IBM, Microsoft, Nike, etc.
OBS: O nome transnacional expressa
melhor a idéia de que essas empresas atuam além de seu país. O termo
multinacional nos levava a concluir que a empresa tinha várias nacionalidades.
Por esta razão, o termo foi substituído.
A união de grandes empresas trouxe
prejuízo para as pequenas empresas que não conseguem competir no mercado nas
mesmas condições. Ou acabam sendo “devoradas” pelos gigantes ou conseguem
apenas uma parcela muito pequena no mercado.
Visando sempre o lucro e o progresso,
grandes empresas passaram a valorizar seus empregados oferecendo-lhes
benefícios no intuito de conseguir extrair deles a vontade de trabalhar.
Consequentemente, essa vontade e
dedicação ao trabalho levará o empregado a desempenhar o serviço com mais
capricho e alegria, contribuindo para o sucesso da empresa.
Infelizmente, muitas empresas não
investem em seus operários e muitos deles trabalham sem a menor motivação,
apenas fazem o que é preciso para se manterem no emprego e assegurar o
bem-estar de sua família.
Guerra Fria
História da Guerra Fria, corrida armamentista, OTAN e
Pacto de Varsóvia,
macartismo, Guerra da Coréia,
Guerra do Vietnã, corrida espacial, Plano Marshall,
Queda do Muro de Berlim
A
Guerra Fria tem início logo após a Segunda Guerra Mundial, pois os Estados
Unidos e a União Soviética vão disputar a hegemonia política, econômica e militar
no mundo.
A
União Soviética possuía um sistema socialista, baseado na economia
planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade
social e falta de democracia. Já os Estados unidos, a outra potência mundial,
defendia a expansão do sistema
capitalista,
baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada. Na
segunda metade da década de 1940 até 1989, estas duas potências tentaram
implantar em outros países os seus sistemas políticos e econômicos.
A
definição para a expressão guerra fria é de um conflito que aconteceu apenas
no campo ideológico, não ocorrendo um embate militar declarado e direto entre
Estados Unidos e URSS. Até
mesmo porque, estes dois países estavam armados com centenas de mísseis
nucleares. Um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e,
provavelmente, da vida no planeta Terra. Porém ambos acabaram alimentando
conflitos em outros países como, por exemplo, na Coréia e no Vietnã.
Paz Armada
Na
verdade, uma expressão explica muito bem este período: a existência da Paz
Armada. As duas potências envolveram-se numa corrida armamentista, espalhando
exércitos e armamentos em seus territórios e nos países aliados. Enquanto
houvesse um equilíbrio bélico entre as duas potências, a paz estaria
garantida, pois haveria o medo do ataque inimigo.
Nesta
época, formaram-se dois blocos militares, cujo objetivo era defender os
interesses militares dos países membros. A OTAN - Organização do
Tratado do Atlântico Norte (surgiu em abril de 1949) era liderada
pelos Estados Unidos e tinha suas bases nos países membros, principalmente na
Europa Ocidental. O Pacto de Varsóvia era comandado
pela União Soviética e defendia militarmente os países socialistas.
Alguns países membros da OTAN : Estados Unidos, Canadá, Itália, Inglaterra, Alemanha Ocidental, França, Suécia, Espanha, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Áustria e Grécia.
Alguns países membros do Pacto de Varsóvia : URSS, Cuba, China, Coréia do Norte, Romênia, Alemanha Oriental, Albânia,
Tchecoslováquia e Polônia.
Corrida Espacial
EUA
e URSS travaram uma disputa muito grande no que se refere aos avanços
espaciais. Ambos corriam para tentar atingir objetivos significativos nesta
área. Isso ocorria, pois havia uma certa disputa entre as potências, com o
objetivo de mostrar para o mundo qual era o sistema mais avançado. No ano de
1957, a URSS lança o foguete Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a
ir para o espaço. Doze anos depois, em 1969, o mundo todo pôde acompanhar
pela televisão a chegada do homem a lua, com a missão espacial norte-americana.
Caça às Bruxas
Os
EUA liderou uma forte política de combate ao comunismo em seu
território e no mundo. Usando o cinema, a televisão, os
jornais, as propagandas e até mesmo as histórias em quadrinhos, divulgou uma
campanha valorizando o "american way of life". Vários cidadãos
americanos foram presos ou marginalizados por defenderem idéias próximas ao
socialismo. O Macartismo, comandado pelo senador republicano Joseph McCarthy,
perseguiu muitas pessoas nos EUA. Essa ideologia também chegava
aos países aliados dos EUA, como uma forma de identificar o socialismo com
tudo que havia de ruim no planeta.
Na
URSS não foi diferente, já que o Partido Comunista e seus integrantes
perseguiam, prendiam e até matavam todos aqueles que não seguiam as regras
estabelecidas pelo governo. Sair destes países, por exemplo, era praticamente
impossível. Um sistema de investigação e espionagem foi muito usado de ambos
os lados. Enquanto a espionagem norte-americana cabia aos integrantes da CIA,
os funcionários da KGB faziam os serviços secretos soviéticos.
"Cortina de Ferro"
Após
a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em
duas áreas de ocupação entre os países vencedores. A República Democrática da
Alemanha, com capital em Berlim, ficou sendo zona de influência soviética e,
portanto, socialista. A República Federal da Alemanha, com capital em Bonn
(parte capitalista), ficou sob a influência dos países capitalistas. A cidade
de Berlim foi dividida entre as quatro forças que venceram a guerra : URSS, EUA,
França e Inglaterra. No
final da década de 1940 é levantado Muro de Berlim, para dividir a cidade em
duas partes : uma capitalista e outra socialista. É a vergonhosa
"cortina de ferro".
Plano Marshall e COMECON
As
duas potências desenvolveram planos para desenvolver economicamente os países
membros. No final da década de 1940, os EUA colocaram em prática o Plano
Marshall, oferecendo ajuda econômica, principalmente através de empréstimos,
para reconstruir os países capitalistas afetados pela Segunda Guerra Mundial.
Já o COMECON foi criado pela URSS em 1949 com o objetivo de garantir auxílio
mútuo entre os países socialistas.
Envolvimentos Indiretos
Guerra da Coréia : Entre os anos de 1951 e 1953 a Coréia
foi palco de um conflito armado de grandes proporções. Após a Revolução
Maoista ocorrida na China, a Coréia sofre pressões para adotar o sistema
socialista em todo seu território. A região sul da Coréia resiste e, com o
apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois
anos e termina, em 1953, com a divisão da Coréia no paralelo 38. A Coréia do
Norte ficou sob influência soviética e com um sistema socialista, enquanto a
Coréia do Sul manteve o sistema capitalista.
Guerra do Vietnã: Este conflito
ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e URSS.
Os soldados norte-americanos, apesar de todo aparato tecnológico, tiveram
dificuldades em enfrentar os soldados vietcongues (apoiados pelos soviéticos)
nas florestas
tropicais
do país. Milhares de pessoas, entre civis e militares morreram nos combates.
Os EUA saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de
forma vergonhosa em 1975. O Vietnã passou a ser socialista.
Fim da Guerra Fria
A
falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas
acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em
1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No começo da
década de 1990, o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a
acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas
econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se
enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e
militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos
países socialistas.
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Guerra
Fria
Ao
término da Segunda
Guerra,
os EUA eram o país mais rico do mundo, porém eles teriam
que enfrentar um rival, ou seja, o segundo país mais rico do mundo: a URSS. Tanto os EUA (capitalista) como a
URSS (socialista),
tinham idéias contrárias para a reconstrução do equilíbrio mundial, foi então que
começou uma grande rivalidade entre esses dois países. Quem era melhor? Esse
conflito de interesses que assustou o mundo ficou conhecido como Guerra Fria. Tanto
os EUA criticavam o socialismo quanto a URSS criticava o capitalismo.
Na década de 50 e 60 houve a chamada
corrida
armamentista.
Quem seria capaz de produzir tecnologias bélicas mais modernas, EUA ou URSS?
Mesmo assim, esses dois países jamais se enfrentaram com armas durante a Guerra
Fria, embora apoiassem guerras entre países menores (cada superpotência
apoiando um dos lados rivais), como por exemplo, na Guerra da Coréia entre 1950
e 1953.
Na tentativa de provar
que o seu sistema era melhor do que o outro, cada lado fez as suas investidas,
a URSS enviou um homem (Yuri Gagárin) ao espaço, enquanto os EUA enviaram Neil
Armstrong à Lua.
Estas disputas continuavam para ver
quem era o melhor, atingindo inclusive a área dos esportes.
Nas Olimpíadas, por exemplo, os dois países lutavam para ver quem ganhava mais
medalhas de ouro.
No final da Segunda Guerra, a
Alemanha foi invadida por todos os lados; além de ter sido separada da Áustria,
ficando assim dividida em dois países:
- Alemanha Ocidental (ou República
Federal da Alemanha – RFA) – capitalista
- Alemanha Oriental (ou República Democrática Alemã – RDA) – governada pelos comunistas.
- Alemanha Oriental (ou República Democrática Alemã – RDA) – governada pelos comunistas.
A antiga capital – Berlim, que se
localizava no interior da Alemanha Oriental, também ficou dividida em dois:
- Berlim Oriental (tornou-se a capital da
RDA)
- Berlim Ocidental (tornou-se uma ilha capitalista cercada de socialismo).
- Berlim Ocidental (tornou-se uma ilha capitalista cercada de socialismo).
A briga continuava. Os EUA
resolveram ajudar Berlim Ocidental a se reerguer e para isso investiram milhões
de dólares na reconstrução da cidade, porém enquanto Berlim Ocidental se
reerguia rapidamente, Berlim Oriental não apresentava o mesmo progresso.
Berlim Ocidental (organizada e em
processo de reconstrução) representava o capitalismo dentro de uma Alemanha
socialista.
Foi então que em 1948, Stálin,
dirigente da URSS ordenou que as comunicações entre a República Federal da
Alemanha e Berlim ocidental fossem cortadas. Ele achava que o isolamento
facilitaria a entrada das tropas soviéticas na outra parte de Berlim. Porém,
tal iniciativa não deu certo, pois uma operação com centenas de aviões levando
mantimentos da RFA para Berlim Ocidental garantiu que uma continuasse ligada a
outra. O Governo não teve outra escolha a não ser aceitar a situação.
Assim, Berlim Ocidental continuou a
crescer e as pessoas começaram a comparar Berlim Ocidental e Berlim Oriental e
viram que o capitalismo era melhor que o socialismo. Como conseqüência houve
uma emigração de pessoas muito qualificadas para Berlim Ocidental e com isso
Berlim Oriental ficava abandonada. Claro que o Governo da RDA se irritou e em
1961 ordenou a construção de um muro isolando Berlim Ocidental do restante da
Alemanha. Era o Muro de Berlim, que é considerado um dos maiores
símbolos da Guerra Fria.
Na conferência de Yalta, realizada
logo após o fim da Guerra ficou estabelecida a divisão do mundo em áreas de influência,
ou seja, cada parte do planeta ficaria sob o controle de uma das superpotências
e uma não deveria interferir na zona de influência da outra.
A década de 50 e 60 foi marcada por
momentos de tensão e intolerância, pois os dois sistemas (capitalista e
socialista) eram vistos da forma mais negativa possível.Os dois países possuíam
armas nucleares; porém, os dois lados estavam cientes que uma guerra naquele
momento poderia destruir o mundo. Por esta razão tentavam influenciar a
humanidade tomando o máximo de cuidado para não provocar uma Guerra Nuclear
Internacional, como isso, a tensão diminuiu.
Ainda nos anos 60, EUA e URSS
viveram a época da coexistência
pacífica, ou seja, fizeram a política da boa vizinhança. Na
década seguinte, Nixon e o dirigente soviético Brejnev, iniciaram uma distensão
mundial assinando acordos para diminuir a corrida armamentista e selaram esse
acordo com um encontro simbólico no espaço entre as naves americanas e
soviéticas (1975).
Já nos anos 80 essa cordialidade foi
abandonada. Com a eleição de Ronald Reagan em 1981, iniciou-se novamente o
acirramento entre as potências.
Os americanos investiram alto no
setor bélico deflagrando a chamada “Guerra nas Estrelas”.
Durante o segundo mandato de Reagan
(1984 -1988), em 1987, foi assinado o tratado para eliminação de armas de médio
e curto alcance (nessa época a URSS estava sob o comando de Gorbachev),
causando um alívio aos europeus, já que o acordo implicava a desativação de
grande parte das ogivas voltadas para aquele lado.
As hostilidades entre os dois países
estavam quase acabando.
A Guerra Fria terminou por completo
com a ruína do mundo socialista (a URSS estava destruída economicamente devido
aos gastos com armamentos) e com a queda do Muro de Berlim em 9 de novembro de
1989
Muro
de Berlim
O
Muro de Berlim
foi uma construção erguida em 1961 pelo regime socialista da hoje extinta
República Democrática Alemã, também conhecida como Alemanha Oriental, que se
destinava a separar as duas áreas da cidade de Berlim, à época
dividida em um setor capitalista e outro socialista. A construção deste
abominável símbolo da Guerra Fria iniciou-se a 13 de
agosto de 1961, estendendo-se por 37 quilômetros afora dentro da zona urbana da
cidade de Berlim, à época, com cerca de 3 milhões de habitantes.
Construção do Muro de
Berlim
Tal situação gerou uma configuração
inusitada dentro da Alemanha dividida, pois o setor capitalista de Berlim
estava mergulhado em território da Alemanha Oriental, formando assim, um
enclave capitalista dentro do país socialista, complicando as comunicações de
Berlim Ocidental com seu próprio país. Tal dificuldade acentuou-se quando do
lançamento do Plano Marshall, destinado a ajudar economicamente
todos os países europeus do bloco capitalista afetados pela guerra, pois Stalin,
contrariado pela negativa de cobertura do plano aos países socialistas, resolve
impor um bloqueio a Berlim Ocidental, fechando todas as vias de comunicação. O objetivo dos russos era forçar os aliados a abandonar o controle de seu setor
da cidade, porém tal manobra não deu os resultados desejados, pois os
americanos quebraram o bloqueio por meio de rotas aéreas destinadas a abastecer e
manter o status de Berlim Ocidental.
Zona da Morte - entre
os dois muros da construção eram colocadas torres de observação, cães e até
minas terrestres para eliminar qualquer um que quisesse atravessá-lo.
Com o colapso da União Soviética e seus satélites no Leste Europeu,
o muro começa a ser finalmente derrubado em 9 de novembro de 1989, acabando com
um dos símbolos máximos da opressão dos regimes socialistas. Seu desmanche é
também símbolo do fim da Guerra Fria e o marco zero da unificação da Alemanha em uma nação apenas.
Bibliografia:
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/muro.htm
http://padresteve.wordpress.com/2009/11/08/20-years-the-fall-of-the-berlin-wall-and-the-end-of-the-cold-war/
http://www.bbc.co.uk/schools/gcsebitesize/history/mwh/ir2/berlinwallrev2.shtml
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/muro.htm
http://padresteve.wordpress.com/2009/11/08/20-years-the-fall-of-the-berlin-wall-and-the-end-of-the-cold-war/
http://www.bbc.co.uk/schools/gcsebitesize/history/mwh/ir2/berlinwallrev2.shtml
Marco da Guerra Fria caiu em
9 de novembro de 1989
Carlos Ferreira
Da Redação
Da Redação
Símbolo maior da Guerra Fria, o Muro de Berlim foi
construído em 1961 e dividiu por 28 anos a Alemanha em dois blocos: a República
Democrática da Alemanha - que seguia o regime socialista liderado pela União
Soviética - e a República Federal da Alemanha -conduzida sob o regime
capitalista. Depois da derrocada dos regimes socialistas, ele foi derrubado em
9 de novembro de 1989.
Porém, para entender a divisão do território, é preciso voltar no
tempo, mais precisamente até o final da Segunda Guerra
Mundial (1945), quando o país foi dividido pela Conferência de Potsdam em
quatro zonas comandadas por soviéticos, franceses, britânicos e
norte-americanos, vencedores da guerra. Apagar as marcas do nazismo e
empreender um processo de reconstrução era o objetivo maior desses países
aliados.
Contudo, a chegada dos recursos do Plano Marshall em 1947 -
concebido pelo general George Marshall, então
secretário de Estado dos EUA, para ajudar na reconstrução da Europa devastada
pela guerra- fez com que a União Soviética se recusasse a participar do
programa de recuperação, temendo que os dólares pudessem colocar em risco a
hegemonia de Moscou no leste.
O então líder da União Soviética, Josef Stálin,
reagiu à reforma monetária e à implantação da nova moeda na Alemanha, o marco
alemão, ordenando o bloqueio do setor ocidental de Berlim, que estava
controlado pelos defensores do capitalismo.
Convencido de que a interdição do acesso a Berlim ocidental
forçaria a rendição das forças de ocupação, Stálin foi surpreendido por uma
resistência, que conseguiu abastecer durante 11 meses a área bloqueada.
Com a suspensão do cerco de Stálin em maio de 1949 de forma
diplomática, surgiram a República Federal da Alemanha e a República Democrática
Alemã, consolidando a divisão do país.
O Muro
de Berlim
Berlim ocidental se transformou num enclave capitalista em
território inimigo. Vitrine privilegiada da economia ocidental, atraiu centenas
de cidadãos orientais que arriscavam a vida para alcançar o outro lado.
Decididos a conter o fluxo de refugiados, os comunistas começaram
a erguer o Muro de Berlim em 13 de agosto de 1961. O muro era formado por duas
barreiras de concreto de 2,40m, cercas de arame farpado com armadilhas e torres
de guarda. O muro separou amigos, famílias e uma nação. Na tentativa de buscar
melhores condições do outro lado da barreira, dezenas de pessoas foram mortas
por soldados que tinham ordem de atirar.
A queda do muro não dependeu de nenhuma ordem oficial, apenas o desejo latente e cada vez maior de liberdade, união e reencontro, além do enfraquecimento dos regimes socialistas. Um mal-entendido em relação a um comunicado oficial do governo da Alemanha Oriental, somado às pressões políticas e sociais externas e internas, provocou a derrubada do Muro de Berlim.
A queda do muro não dependeu de nenhuma ordem oficial, apenas o desejo latente e cada vez maior de liberdade, união e reencontro, além do enfraquecimento dos regimes socialistas. Um mal-entendido em relação a um comunicado oficial do governo da Alemanha Oriental, somado às pressões políticas e sociais externas e internas, provocou a derrubada do Muro de Berlim.
Reunificada oficialmente em outubro de 90, a Alemanha rica e
próspera luta ainda hoje para superar a desigualdade existente entre ossies
(orientais) e wessies (ocidentais).
Alemanha
- da divisão à reunificação
Do ano zero às duas
Alemanhas
Os alemães precisaram de quatro anos
para sair do pesadelo em que a derrota nazista os mergulhara. Vencidos,
ocupados por potências estrangeiras, divididos, exauridos, condenados pela
história e pelos sobreviventes do genocídio, seu destino dependia da vontade
dos Aliados. As divergências que minaram a aliança antinazista e desembocaram
na guerra fria constituíram excelente oportunidade
para os alemães, tanto no Oeste quanto no Leste, reivindicassem o direito a um
papel ativo no novo jogo internacional.
O ano zero
Nos dias 7 e 8 de maio de 1945,
quando os chefes de Estado Maior aliados e alemães, assinaram o documento de
capitulação, o regime nazista, já desmoronara. Adolfo Hitler, com a ocupação de
Berlim pelos soviéticos suicidou-se em 30 de Abril.
As grandes cidades industriais
estavam destruídas, os portos impraticáveis e as grandes fábricas, fora de
operação. A população estava aterrorizada, milhões de homens longe de casa,
mulheres e crianças fugiam do avanço soviético. As perdas humanas chegaram a 8%
da população. Os líderes nazistas desapareciam na enorme massa de prisioneiros
de guerra ou tentavam fugir, através da Espanha e Portugal, para a América do
Sul. Por esse motivo 1945 é o ano Zero, quando começaram a reconstruir dos
escombros a vida nacional.
Quatro zonas de
ocupação
A capitulação incondicional de 1945
implicou o desarmamento e a dissolução de todas as Forças Armadas, a SS e a
policia. Nas conferências de Teerã 1943, e de Ialta 1945, ficou estabelecido
por EUA, URSS, Reino Unido, a divisão
alemã, para enfraquecê-la territorialmente, ocupá-la, impor-lhe
indenizações de guerra e impedí-la de voltar a ser uma potência econômica.
Na conferência de Potsdam, julho e
agosto de 1945, Truman, Churchill e Stalin decidiram tirar da Alemanha os
territórios a leste dos rios Oder e Neisse, anexados por URSS e Polônia. A
superfície alemã, ficou ¼ do que era em 1937.
As três grandes potências
determinaram que a autoridade suprema seria exercida em três, depois quatro
zonas de ocupação – A França seria admitida na partilha graças aos esforços do
general De Gaulle, Berlim também seria divida em quatro setores de ocupação.
Modos divergentes
de ocupação
Os aliados em sua zona de ocupação
se lançaram a tarefa de restabelecer a democracia.
Em sua área, os soviéticos criaram o
Bloco de Partidos Antifascistas. Este foi colocados sob a direção dos
comunistas alemães, que estavam refugiados na URSS e retornaram a Alemanha com
o exército vermelho.
A criação da Bizone
No decorrer de 1946, as autoridades
políticas alemãs nomeadas pelos Aliados ocidentais deram lugar a governantes
eleitos. Na realidade, os EUA esforçavam-se por fazer com que os alemães
aceitassem a divisão do país. As zonas americanas e britânicas fundiram-se numa
nova entidade, a Bizone. Esse território voltou a ter administração alemã,
liderados por Konrad Adeanuer. Começavam os preparativos para a convocação de
uma Assembléia Constituinte.
Para impedir a adoção dessas medidas
que resultariam no surgimento de um Estado alemão separado, a partir de 23 e 24
de junho de 1948 os soviéticos organizaram um bloqueio da antiga capital. Os
acessos rodoviários e ferroviários foram fechados até maio de 1949. Para suprir
a cidade de alimentos e outros artigos básicos, os americanos e britânicos
montaram uma ponte aérea de quase duzentos mil vôos.
Começa a nascer a
Alemanha Ocidental – RFA
A questão das indenizações de guerra
também constituía um ponto de discórdia entre ocidentais e soviéticos. Os
soviéticos além de praticarem a política de terra arrasada em seu setor,
exigiam ser indenizados com os equipamentos das indústrias situadas nas regiões
mais ricas da Alemanha.
Americanos e britânicos perceberam
que este desmantelamento transformariam as zonas de ocupação em desertos
industriais e os obrigariam a gastar enormes quantias para sustentar o país.
Dessa forma se declaram prontos a devolver responsabilidades econômicas aos
alemães, para que estes assumissem seu próprio destino. Apesar de algumas
reservas e apreensão foi permitida o estabelecimento de uma economia social de
mercado alemã, e a criação de uma zona econômica com uma nova moeda, o marco
alemão – Deutschmark. Essa reforma monetária de 1948 pode ser considerada a
etapa mais importante para a criação de um e depois de dois Estados alemães. De
fato, com ela o Ocidente confirmou a divisão da nação alemã. Nesse contexto de
guerra fria, só restou aos soviéticos responder com medidas que tiveram por
conseqüência a criação do segundo Estado alemão.
Surge a Alemanha
Oriental - RDA
Desde cedo os soviéticos encorajaram
a formação de um bloco antifascista na Alemanha Oriental. Três anos mais tarde
o bloco transformou-se na Frente Nacional que constitui-se na espinha dorsal do
novo Estado, criado a 7 de outubro de 1949. Constituía-se também de
organizações de massa, sobretudo a federação sindical, o movimento feminino e o
juvenil. A frente desenvolveu um programa antifascista e democrático, comandado
por Walter Ulbricht, que voltou a Alemanha (zona soviética) em 1945. Tal
estratégia subordinava inteiramente aos desejos e necessidades do ocupante
soviético. Porém, para responder ao Plano Marshall
e a garantia de um poder sem contestação sobre as novas nações socialistas, já
que o dirigente iugoslavo Tito traçava uma política interna e externa
independente de Moscou, o partido comunista adotou a ideologia marxista-lenista
endurecendo seu controle sobre as nações sob seu domínio.
Duas Alemanha em
busca de reconhecimento 1949-1972
RFA-RDA: história
de uma separação – 1949-1955
Tanto no leste quanto no oeste,
nenhum político alemão admitiu que a divisão de seu povo fosse permanente. A
Alemanha Ocidental afirmava representar todo o povo alemão e decidiu
atribuir-se o privilégio de representar a continuidade do Estado alemão. Na
disputa áspera e sem concessões que opôs a RFA e a RDA, foi a Alemanha
Ocidental a que obteve mais depressa os resultados visíveis.
A opção ocidental e
européia de Adenauer
Entre 1951 e 1955, o chanceler
Adenauer ocupando também a função de ministro do Exterior objetivou sua
política externa em fazer da novíssima RFA uma potência de âmbito
internacional. Assim, adotou uma política de alinhamento com as condições
impostas pelos aliados e não uma política de oposição buscando o alinhamento
com a política dos Estados Unidos ou o estabelecimento de um eixo
franco-alemão, em torno do qual se inscreveria a unidade européia em 1958-1963.
A RFA aprovava as grandes decisões
ocidentais, mas para ela era ponto de honra que essas decisões levassem em
conta um ponto de vista simultaneamente alemão e europeu. Isso constituía uma
oportunidade de afirmar sua soberania e ser considerada uma entidade política
igual a seus parceiros. Dessa forma foi aceita em 1954 na OTAN.
O Leste limita-se a
reagir
No Leste, a situação se apresentava
de maneira totalmente diversa. Os dirigentes comunistas alemães não tentaram
obter autonomia em relação aos soviéticos. Além disso, todas as medidas que
provocaram a mudança do estatuto jurídico da zona de ocupação soviética foram
apenas respostas a decisões ocidentais: a RDA foi fundada alguns meses depois
da RFA, a Alemanha Oriental se integrou na aliança militar do Pacto de Varsóvia
após a adesão da Alemanha Ocidental a OTAN. Essas decisões sempre se fizeram
acompanhar de declarações que denunciavam a política revanchista dos
alemães-ocidentais.
Às medidas políticas se juntavam
aquelas destinadas a dar credibilidade à idéia de que a Alemanha Oriental,
pacífica por natureza, era forçada a se transformar numa fortaleza para
proteger-se do expansionismo das forças capitalista que a assediavam. Assim em
1952, uma zona proibida de cinco quilômetros de largura ao longo de toda a
fronteira do oeste foi criada.
A Alemanha
Ocidental alcança a soberania
Diante de uma garantia, a da
integração da RFA na Comunidade Européia de Defesa (CED) que deveria agrupar
também a França, Itália, Holanda, Bélgica e Luxemburgo, a Alemanha Ocidental
consegue sua soberania. Os únicos limites impostos eram a permanência de tropas
estrangeiras no país, a continuação da divisão de Berlim em quatro zonas e a
impossibilidade de concluir tratado de paz. Essa medida, considerada unilateral
pelas autoridades soviéticas, fez com que a Alemanha Oriental imediatamente
fechasse as fronteiras entre as duas zonas.
Contrariando os objetivos
soviéticos, que queriam uma Alemanha desmilitarizada e neutralizada no centro
da Europa, Adenauer consegue o rearmamento da Alemanha Ocidental integrando seu
exército na OTAN, em outubro de 1954. Acabava também o regime de ocupação, e os
altos comissários foram substituídos por embaixadores. Os ocupantes de antes se
transformaram em aliados que defenderiam a Alemanha Ocidental do perigo
comunista.
Conseguido a soberania a RFA inicia
um crescimento econômico ininterrupto, o Milagre Alemão. Esse se deu devido ao
modelo econômico, onde existia total liberdade aos agentes econômicos na
condução de seus negócios, a ajuda financeira do plano Marshall e a moderna
legislação trabalhista sindical introduzida no país. Isso permitiu uma taxa de
crescimento superior a 10% durante 10 anos.
A soberania
Ampliada da Alemanha Oriental
Os soviéticos, por sua vez,
concederam ”soberania ampliada” aos alemães orientais, em marco de 1954. Um ano
depois, em maio de 1955, a Alemanha Oriental se tornou membro pleno do Pacto de
Varsóvia.
No entanto, para não ser considerada
apenas uma das duas Alemanhas, a RFA pôs então em prática a chamada doutrina
Hasllstein: todo reconhecimento diplomático da RDA por um Estado soberano
implicaria a ruptura de relações diplomáticas com a RFA. A Alemanha Ocidental
reinvidicava o direito de representar unilateralmente a Alemanha. A doutrina
seria aplica duas vezes: em 1957 contra a Iugoslávia e em 1963 contra Cuba.
Economicamente , o objetivo era
levar a zona oriental a adotar os princípios de coletivizado que vigoravam na
União Soviética: a intervenção do estado na economia mediante a planificação e
a transformação do conceito propriedade e uma política de coletivização dos
diferentes ramos econômicos.
Ideologicamente, houve a imposição de
uma identidade comum a população, que ao sair da guerra ainda não havia aderido
aos ideais comunistas. Baseado no marxismo-leninismo, essa ideologia era
veiculadas em todas as atividades sociais – escolas, universidades, clubes
esportivos e associações culturais.
Dada a natureza do regime, em que a
ideologia desempenhava um papel fundamental, resistências fizeram-se sentir nos
meios políticos, científicos e culturais. Assumiram a forma de fuga constante
de operários e outros profissionais – técnicos, administradores, médicos,
professores – para a Alemanha Ocidental. O fechamento das fronteiras em 1961-62
com a construção do muro de Berlim,
salvou o regime de um desmoronamento quase inevitável. Sem qualquer esperança
de uma reunificação rápida, os alemães orientais aderiram a idéia de se
tornarem os trabalhadores mais eficientes do mundo socialista, objetivo que
alcançaram com relativa rapidez.
A caminho do
reconhecimento mutuo
Ao longo de toda a sua história, a
Alemanha freqüentemente se voltou mais para o lestes do que para o oeste. Dessa
forma a RFA rapidamente desenvolveu uma política independente para o leste
conhecida como Ostpolitik. Ela resultou no estabelecimento de relações comerciais
com diversos países do leste: Polônia, Romênia, Hungria em 1963 e Bulgária em
1964. Pouco a pouco, a doutrina Hallstein foi sendo abandonada, e a Alemanha
Ocidental estabeleceu relações diplomáticas oficiais com a Romênia em 1965,
Iugoslávia em 1966 e Tchecoslováquia em 1967. Por fim, em 1973 rejeitaram
definitivamente o passado hitlerista, reconhecendo de modo oficial a nulidade
dos acordos de Munique de 1938, que haviam levado a destruição do Estado
tchecoslovaco.
Em 1970, uma troca de visitas de
chefes de governo de RFA e da RDA simbolizou a aproximação entre os dois
países. Em dezembro de 1972, com a assinatura de um tratado entre as duas
Alemanhas, chegou-se ao fim de 23 anos de hostilidades. Os dois países
garantiam imutabilidade de suas fronteiras e reconheciam a independência de
ambos os Estados. Cada uma se comprometia a instalar no vizinho uma
representação permanente. Assim os dois Estados alemães foram conjuntamente
admitidos na ONU em 1973.
A partir de meados da década de 80,
grandes empréstimos oriundos de bancos alemães ocidentais e numerosos acordos
comerciais fizeram da Alemanha Oriental um membro associado – embora oculto –
da comunidade econômica européia. Entretanto, o apoio econômico
alemão-ocidental não foi acompanhado de um controle orçamentário, que deveria
ter limitado os gastos dos setores improdutivos da Alemanha Oriental. Tal qual
em todos os países do bloco socialista o aparelho produtivo não foi
modernizado, e a passagem para a Era da automação industrial se fez de forma
bastante inadequada. Era uma situação ainda mais embaraçosa porque, anos após
ano, a Alemanha Oriental afirmava-se ser o país mais avançado do Leste europeu
no que referia a industrialização e ao domínio da tecnologia moderna.
O ano 1 da nova
Alemanha
Em 1989, alguns meses de
manifestações populares conseguiram o que quarenta anos de intermináveis
negociações internacionais não tinha alcançado: a reunificação da Alemanha.
Enquanto na União Soviética e nos
outro países comunista a abertura política e as reformas da perestroika
avançavam, na Alemanha Oriental o governo criticava violentamente essa
abertura. Mais uma vez, foi abandonando o país que os alemães – orientais
mostraram seu repudio ao socialismo.
O desmoronamento de
um regime
No fim de 1988, os ventos de liberdade
e democracia já haviam abalado os regimes comunistas da Polônia e da
Tchecoslováquia. Em eleições livres e limpas os partidos comunistas foram
varridos desses países. Essa abertura política foi muito mal recebida pelos
dirigentes da RDA que não estavam dispostos a aceitá-la na Alemanha Oriental.
Mas a grande maioria da população não pensava assim e fugiram do país quando em
agosto de 1989, a Hungria abriu suas fronteiras com a Áustria. Uma onda de
emigração apanhou o governo de surpresa: enormes filas de carros atravessaram a
Tchecoslováquia, a Hungria e depois a Áustria, para chegara a Alemanha
Ocidental.
A revolução
pacifica
A partir de setembro, quando o
grosso dessa evasão já acabara, os habitantes da Alemanha Oriental se mobilizam
em grandes manifestações, exigindo que a RDA seguisse o exemplo dos outro
países da Europa oriental e concedesse liberdade e democracia com o lema
"O povo somos nós". As tentativas de conter as manifestações por meio
de repressões violentas e intimidações fracassaram e Honecker, no poder desde
1971 é destituído.
Cai o muro de
Berlim
A 9 de novembro de 1989, convencidos
de que não havia
outra saída o Partido Comunista
ordenou que se abrisse a fronteira berlinense e se derrubassem o muro. Na
euforia do momento, em três dias cerca de 3 milhões de alemães orientais foram
a Berlim Ocidental. Como presente de boas vindas, o governo da Alemanha
Ocidental ofereceu a cada visitante dezenas de marcos. Dali a menos de um ano,
viria a reunificação.
O Partido Comunista ainda tentou
dominar a situação organizando eleições livres. Elas foram marcadas para a
segunda metade de março e teriam a participação dos dois grandes partidos da
Alemanha Ocidental.
Porém para evitar que a RDA
reformada sobrevivesse e que uma confederação de dois Estados alemães se
concretizassem, Helmut Kohl, chanceler da RFA, acelerou o processo de
reunificação. Se declarou a favor da rápida abertura de negociações entre as
duas Alemanhas, da unificação monetária, qualificando como dramática a situação
econômica da Alemanha Oriental propondo que o Deustschmark se tornasse a moeda
comum de reunificação. Mas, se recusou a conceder ajuda econômica se nas
eleições de março, a RDA voltasse a ser governada por comunistas. Pérem, estas
deram vitória arrasadora aos democratas cristãos em todas as regiões da RDA.
Novamente um só
país
Com a união monetária e econômica
entre as duas Alemanhas e a entrada da antiga RDA na OTAN – por meio da
incorporação do país a Alemanha Ocidental, a União Soviética cedeu aos apelos
da Alemanha Ocidental aceitando retirar suas tropas da antiga Alemanha
Oriental, após 45 anos de ocupação. Ficou acertado que as forças militares
soviéticas se retirariam dali atá 1994. Os custos dessa retirada seriam
bancados pela Alemanha Ocidental.
Em setembro de 1990, em Moscou, a
Alemanha Ocidental assinou com os Estados Unidos, a União Soviética, o Reino
Unido e a França um tratado que punha fim à tutela dessa potências sobre a
Alemanha, a qual voltava a ser plenamente soberana.
A reunificação entrou em vigor a 3
de outubro de 1990, com a transformação da antiga RDA em cinco Lânder da
Alemanha Ocidental.
Emancipada, a Alemanha, antes uma
gigante econômica e anão político, passou a se afirmar não apenas como a
terceira potência econômica mundial, mas também como a mais rica e populosa
nação da nova União Européia, formada a partir do Tratado de Maastricht, que
entrou em vigor em novembro de 1993.
Afinal,
quem venceu a Guerra Fria?
Por Túlio Vilela*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Quais
foram os principais aliados dos Estados Unidos durante a Guerra Fria?
Basicamente foram os países da Europa Ocidental, dentre os quais
aqueles que foram beneficiados pelo Plano Marshall, o plano de ajuda econômica
proposto pelo general George Marshall, então
secretário de Estado norte-americano, para a reconstrução desses países após o
término da Segunda Guerra. Entre
esses países, podemos destacar o Reino Unido, a França e a Alemanha Ocidental,
a Bélgica e a Holanda. Os Estados Unidos e esses países firmaram em 1949 uma
aliança político-militar, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
E quais
foram os principais aliados da União Soviética?
Foram basicamente os países da Europa Oriental que estiveram sob a
ocupação nazista durante a Segunda Guerra e que tiveram as forças nazistas expulsas
pela chegada do exército soviético. Em 1955, a União Soviética criou uma
organização militar para a defesa dos países socialistas. Faziam parte dessa
organização a Alemanha Oriental, a Polônia, a Tchecoslováquia, a Hungria, a
Romênia, a Bulgária e a Albânia.
E a
Iugoslávia? Ela não era um país socialista?
A Iugoslávia foi o único país socialista do
leste europeu a se recusar a fazer parte do Pacto de Varsóvia. Isso se devia ao
fato de a Iugoslávia ter sido o único desses países a não se tornar fantoche da
União Soviética: na Iugoslávia, os nazistas foram expulsos pela própria
resistência iugoslava, e quem implantou o socialismo nesse país foi o Marechal
Tito, principal líder dessa resistência, que governou o país durante décadas.
O que
significa "Terceiro Mundo"?
A expressão "Terceiro Mundo" surgiu na Conferência de
Bandung, na Indonésia, em 1955. Os 29 países que participaram dessa conferência
eram, em sua maioria, africanos e asiáticos. Eles deram a si próprios o nome de
"Terceiro Mundo", queriam dizer que queriam defender os seus próprios
interesses, preferindo permanecer neutros na Guerra Fria. Ou seja, não queriam
estar alinhados nem com o Primeiro Mundo (o bloco liderado pelos Estados
Unidos) e nem com o Segundo Mundo (o bloco liderado pela União Soviética). Os
principais líderes do Terceiro Mundo eram Nehru, da
Índia, Nasser, do
Egito, e o marechal Tito, da Iugoslávia. Com o passar do tempo, a expressão
"Terceiro Mundo" ganhou um novo sentido, o de conjunto dos países
pobres e em desenvolvimento.
Soldado supervisiona a
construção do Muro de Berlim
|
O que
foi o Muro de Berlim?
Como sabemos, soviéticos, norte-americanos, ingleses e franceses
(no caso, a resistência francesa liderada pelo general De Gaulle, que
era contra a ocupação nazista) foram aliados contra a Alemanha durante a
Segunda Guerra Mundial. No final da guerra, a Alemanha foi ocupada pelos
Aliados. O lado ocidental foi ocupado pelos exércitos inglês, francês e
norte-americano. O lado oriental foi ocupado pelo exército soviético. O nazismo
deixou de existir nos dois lados da Alemanha, mas o país foi dividido em dois:
a Alemanha Ocidental, capitalista, e a Alemanha Oriental, onde foi implantado o
socialismo. A capital alemã Berlim também foi dividida em Berlim ocidental e
Berlim oriental. A união Soviética ordenou a construção de um muro - o Muro do Berlim -
separando as duas partes de Berlim, alegando que milhares de alemães orientais
fugiam para o lado ocidental, ao mesmo tempo que moedas e mercadorias
contrabandeadas faziam o caminho inverso. Famílias foram separadas e o muro de
Berlim, apelidado de "muro da vergonha" tornou-se o símbolo da Guerra
Fria.
Como
conviviam as duas Alemanhas?
As duas Alemanhas tiveram desenvolvimento, mas a Alemanha
Ocidental conheceu um desenvolvimento bem maior que a Alemanha Oriental, o
padrão de vida dos alemães ocidentais era muito mais confortável que o dos
alemães orientais. Além disso, apesar do muro, milhares de alemães orientais
continuaram tentando fugir para a Alemanha ocidental, arriscando suas próprias
vidas (os guardas do lado oriental podiam disparar nas pessoas que tentavam
fugir). A situação ficou insustentável e o governo da Alemanha oriental iniciou
uma série de reformas. Em 9 de novembro de 1989, o muro foi derrubado por
alemães dos dois lados. Depois da queda do muro, os governos das duas Alemanhas
começaram as negociações para reunificar o país, ou seja, para os dois países
voltarem a ser uma só Alemanha, capitalista e democrática. Isso ocorreu em 3 de
outubro do mesmo ano.
Quem
venceu a Guerra Fria?
Antes mesmo da sua extinção, a União Soviética não conseguiu
vencer a concorrência com os Estados Unidos. Uma das principais razões para
essa derrota foi o fato de que para competir com os Estados Unidos, a união
Soviética gastava grande parte do seu orçamento com gastos militares enquanto
faltava dinheiro em outras áreas. Os Estados Unidos tinham grandes empresas
particulares que competiam entre si, investindo na qualidade de seus produtos,
especialmente bens de consumo (automóveis, eletrodomésticos...). A União
Soviética tinha empresas estatais (pertenciam ao Estado), onde o emprego dos
trabalhadores estava garantido, mas que pela falta de competição não investiam
na qualidade dos seus produtos. Além disso, a União Soviética priorizava as
indústrias de base (matérias-primas, equipamento para fábricas...) e não a
produção de bens de consumo.
Então,
o capitalismo venceu?
Muitos analistas acreditam que a vitória do capitalismo não pode
ser entendida como uma derrota definitiva do socialismo. Para esses analistas,
o que acabou foi o tipo de socialismo implantado na União Soviética e no leste
europeu, que seria, na verdade, um "capitalismo de Estado", uma
distorção dos ideais socialistas.
Gibis
retratam o conflito entre EUA e URSS
Túlio Vilela*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
O Quarteto Fantástico enfrenta o Doutor
Destino
|
A Guerra Fria foi
uma disputa travada durante quase cinco décadas pelas duas superpotências
vencedoras da Segunda Guerra
Mundial: os Estados Unidos e a União Soviética. Foi um período marcado
por muita espionagem e propaganda política, tanto do lado norte-americano
quanto do soviético. Não bastasse tudo isso, armas atômicas seriam
usadas caso as duas superpotências partissem para o conflito militar direto.
Foi durante a Guerra Fria que uma nova onda de super-heróis surgiu nos gibis norte-americanos, especialmente nos da Marvel Comics (hoje a maior editora de quadrinhos do mundo). Você certamente já ouviu falar dessas personagens, pois várias foram adaptadas para o cinema nos últimos anos, com grande sucesso de bilheteria. Dentre essas personagens, podemos destacar o Homem-Aranha, os X-Men, o Hulk e o Quarteto Fantástico.
Aqui, falaremos da relação delas com a Guerra Fria. Afinal, embora sejam fictícias e tenham sido criadas apenas para entretenimento, seus criadores se inspiraram na época que viviam. Começaremos pelo Quarteto Fantástico, o primeiro gibi da Marvel em que o escritor-editor Stan Lee fez parceria com o desenhista Jack Kirby.
Foi durante a Guerra Fria que uma nova onda de super-heróis surgiu nos gibis norte-americanos, especialmente nos da Marvel Comics (hoje a maior editora de quadrinhos do mundo). Você certamente já ouviu falar dessas personagens, pois várias foram adaptadas para o cinema nos últimos anos, com grande sucesso de bilheteria. Dentre essas personagens, podemos destacar o Homem-Aranha, os X-Men, o Hulk e o Quarteto Fantástico.
Aqui, falaremos da relação delas com a Guerra Fria. Afinal, embora sejam fictícias e tenham sido criadas apenas para entretenimento, seus criadores se inspiraram na época que viviam. Começaremos pelo Quarteto Fantástico, o primeiro gibi da Marvel em que o escritor-editor Stan Lee fez parceria com o desenhista Jack Kirby.
O
Quarteto Fantástico
O primeiro gibi do Quarteto Fantástico foi publicado em novembro
de 1961 -ou seja, poucos meses depois de o cosmonauta soviético Yuri Gagarin ter-se
tornado o primeiro ser humano a viajar para o espaço, realizando um vôo orbital
(12 de abril de 1961), e quase uma década antes de o astronauta norte-americano
Neil Armstrong ter
sido o primeiro homem a pisar na Lua (20 de julho de 1969). Assim, o Quarteto
Fantástico foi lançado na mesma época em que os EUA e a URSS disputavam a
corrida espacial.
O próprio surgimento desse grupo de heróis faz alusão à Guerra Fria: no início da história, pouco antes de os quatro futuros heróis viajarem para o espaço, a narração menciona que os EUA estão numa "corrida espacial" com "uma potência estrangeira". Claro que a tal "potência estrangeira" era a URSS, mas, diferentemente do que tinha acontecido durante a Segunda Guerra Mundial, os autores dos gibis da Guerra Fria preferiam não dar nome aos bois quando se referiam aos "inimigos da América".
O próprio surgimento desse grupo de heróis faz alusão à Guerra Fria: no início da história, pouco antes de os quatro futuros heróis viajarem para o espaço, a narração menciona que os EUA estão numa "corrida espacial" com "uma potência estrangeira". Claro que a tal "potência estrangeira" era a URSS, mas, diferentemente do que tinha acontecido durante a Segunda Guerra Mundial, os autores dos gibis da Guerra Fria preferiam não dar nome aos bois quando se referiam aos "inimigos da América".
No gibi, o Quarteto Fantástico tem origem um pouquinho diferente
daquela contada no filme de 2005: quatro amigos - o cientista Reed Richards;
sua noiva, Sue Storm; o irmão adolescente dela, Johnny Storm; e o piloto de
foguetes Ben Grimm - embarcam num foguete experimental, voam para o espaço e
são bombardeados por raios cósmicos. Ao voltarem para a Terra, descobrem que os
raios cósmicos os afetaram, dando-lhes superpoderes.
Richards consegue esticar partes de seu corpo e assume o codinome Senhor Fantástico (qualquer semelhança com outro super-herói, o Homem-Borracha, não é mera coincidência); Sue se torna a Garota Invisível (anos depois, mudará o nome para Mulher Invisível, pois em nossos tempos "politicamente corretos" é considerado machismo chamar de "garota" uma mulher adulta); Johnny vira o Tocha Humana; e Ben, o monstruoso Coisa. Os raios cósmicos existem mesmo, mas na vida real eles matam, como seu professor ou professora de ciências poderá lhe explicar.
Richards consegue esticar partes de seu corpo e assume o codinome Senhor Fantástico (qualquer semelhança com outro super-herói, o Homem-Borracha, não é mera coincidência); Sue se torna a Garota Invisível (anos depois, mudará o nome para Mulher Invisível, pois em nossos tempos "politicamente corretos" é considerado machismo chamar de "garota" uma mulher adulta); Johnny vira o Tocha Humana; e Ben, o monstruoso Coisa. Os raios cósmicos existem mesmo, mas na vida real eles matam, como seu professor ou professora de ciências poderá lhe explicar.
A corrida espacial não é a única alusão à Guerra Fria que
encontramos nos primeiros gibis do Quarteto Fantástico. O principal inimigo do
Quarteto era o Doutor Destino, que governava literalmente com mãos de ferro um
pequeno país do Leste Europeu, bem na região onde se concentravam os países do
bloco socialista.
Na tradução feita no Brasil, o nome dado ao país do Doutor Destino
era "Latvéria", o que poderia levar a concluir que se tratava de uma
terra imaginária. Mas, no original, o nome era "Latvia" - cuja
tradução correta para o português é Letônia, na época uma das repúblicas que
compunham a URSS. O próprio visual do vilão, com sua armadura de ferro, pode
ser referência à "Cortina de Ferro", a expressão popularizada pelo
ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill para
se referir aos países da Europa oriental que ficaram sob influência da URSS
após a Segunda Guerra Mundial.
O
Incrível Hulk
O Incrível Hulk, segunda criação da parceria Stan Lee-Jack Kirby,
também refletia o contexto da Guerra Fria. No primeiro número do gibi, lançado
em maio de 1962, ficamos sabendo como o cientista Bruce Banner se tornou o
Hulk: ele tenta salvar um adolescente que invadiu o local onde se testará pela
primeira vez a "bomba gama" (projetada pelo próprio Banner) e fica
exposto aos raios gama quando a bomba é detonada propositalmente por seu
assistente, um espião iugoslavo disfarçado.
Banner, em vez de morrer de leucemia ou queimaduras radiativas
(que é o que aconteceria na vida real), descobre que os raios gama alteraram a
química de seu corpo. Agora, sempre que se enfurece, é humilhado ou entra em
pânico, ele se transforma no Hulk, um brutamontes capaz de levantar toneladas.
Curiosamente, o Hulk era para ser cinzento, mas falhas de impressão no primeiro
número do gibi fizeram que ele aparecesse esverdeado em alguns quadrinhos. Assim,
o verde se tornou sua cor definitiva.
Capa
do n. 1 de O Incrível Hulk
|
Até o fato de Banner ser físico nuclear tinha relação com a Guerra
Fria. Desde o Projeto Manhattan (o qual desenvolveu as bombas atômicas que
foram lançadas sobre Hiroshima e
Nagasaki), os físicos nucleares tinham "importância estratégica" para
o governo dos EUA. Vale recordar que, segundo alguns historiadores, as bombas
atômicas usadas contra o Japão marcaram não apenas o fim da Segunda Guerra
Mundial, mas o começo da Guerra Fria.
Segundo tal interpretação, o ataque a Hiroshima e Nagasaki teria
sido a forma que os EUA encontraram de mandar o seguinte recado à URSS:
"Cuidado conosco! Nós temos a bomba!" Depois disso, a procura por
carreiras científicas, sobretudo em física nuclear, aumentou consideravelmente
nas universidades norte-americanas. Bruce Banner, assim como os físicos do
Projeto Manhattan, trabalha para os militares; e a "bomba gama"
explode no deserto do Novo México, região dos EUA onde foram mesmo realizados
os primeiros testes atômicos.
Outro elemento da Guerra Fria presente na saga do Hulk é o espião iugoslavo. Naquela época, histórias de espionagem eram comuns tanto na ficção quanto na realidade. Além disso, a Iugoslávia era um dos países do Leste Europeu onde os comunistas haviam chegado ao poder. (No entanto, os iugoslavos eram um caso à parte: o então governante do país, o marechal Tito, principal líder da resistência contra os invasores alemães durante a Segunda Guerra Mundial, não seguia todos os ditames da União Soviética; por isso, o modelo socialista adotado na Iugoslávia era um pouco diferente daquele que predominava nos outros países do Leste.)
Outro elemento da Guerra Fria presente na saga do Hulk é o espião iugoslavo. Naquela época, histórias de espionagem eram comuns tanto na ficção quanto na realidade. Além disso, a Iugoslávia era um dos países do Leste Europeu onde os comunistas haviam chegado ao poder. (No entanto, os iugoslavos eram um caso à parte: o então governante do país, o marechal Tito, principal líder da resistência contra os invasores alemães durante a Segunda Guerra Mundial, não seguia todos os ditames da União Soviética; por isso, o modelo socialista adotado na Iugoslávia era um pouco diferente daquele que predominava nos outros países do Leste.)
Em suas primeiras aventuras, o Hulk enfrentou vários vilões
comunistas, mas havia igualmente críticas aos EUA. Em primeiro lugar, porque o
principal inimigo do Hulk era o general Ross, também pai da namorada de Banner.
Ou seja, em muitas histórias do Hulk, o inimigo era o próprio Exército
norte-americano, sempre perseguindo o gigante verde. E não se deve esquecer que
o Hulk era um monstro criado pelo horror atômico. Ao conceberem a história,
Stan Lee e Jack Kirby pretenderam transmitir uma lição de moral: Banner é
vítima de uma arma que ele mesmo projetou, e o cientista sente remorsos por
isso.
O
Mundo Pós-Guerra Fria
Na época da Guerra Fria, o poder das armas valia mais que o
poder do dinheiro. O cenário mundial estruturava-se em torno das grandes
potências termonucleares. O ocidente - essa expressão geopolítica que abarca os
Estados de economia de mercado, tanto ocidentais como orientais - organizava-se
em torno da hegemonia dos Estados Unidos, cuja liderança militar formava par
com o seu incontrastável poderio econômico.
O fim da Guerra Fria embaralhou as cartas
do jogo planetário. A dissolução do bloco soviético, uma aparente vitória da
superpotência da América do Norte, descortinou realidades novas, que prefiguram
o próximo século. O poder mundial tende a se concentrar em macroáreas do
hemisfério norte que aglutinam a riqueza e a capacidade de inovação
tecnológica. A economia mundial globalizava-se e, simultaneamente,
fragmentava-se em blocos regionais. A partilha do mercado mundial envolve as
estratégias das grandes corporações econômicas e as políticas externas dos
Estados.
A geometria de poder mundial em
rearranjo faz emergirem megablocos econômicos regionais, como a União Européia,
o Nafta e a Bacia do Pacífico. Esse
movimento de integração e abertura de mercados repercute sobre áreas do mundo
subdesenvolvido, assumindo formas e expressões variadas. O México integra-se ao
bloco comercial liderado pelos EUA; os novos países industrializados do leste
asiático estreitam seus laços com o Japão; os antigos satélites da ex-União
Soviética no leste europeu reestruturam as suas economias à sombra da Alemanha
unificada.
2. ORDEM MUNDIAL DA GUERRA FRIA
2.1 - Quadro Resumo
Marco Final (1989) – Queda do Muro de Berlim
Geopolítica – Bipolar
Poder Político – Militar
Potências – EUA x URSS
Oposição – Capitalismo (países ocidentais ou
do leste) x Socialismo (países orientais ou do oeste)
Corrida Armamentista
Cenário Principal – Europa
País síntese – Alemanha
Cidade síntese – Berlim
Construção do Muro de Berlim – evitar a passagem de mão-de-obra
de Berlim oriental socialista para Berlim ocidental capitalista
Criação de Planos Econômicos pelos
EUA: Plano Marshall (Europa Ocidental) e Colombo (Ásia –
principalmente para o Japão) – recuperação econ6omica para conter o avanço do
socialismo
Bipartição do espaço europeu: Europa ocidental capitalista x
Europa oriental socialista
Descolonização afro-asiática – a Europa perde as suas colônias
Nacionalismo Emancipador – as colônias passa a ser nações
Aumento da situação de
subdesenvolvimento
Conferência de Bandung – reunião das ex-colônias africanas
e asiáticas. Movimento dos países não alinhados – 3º mundo – eqüidistância das
grandes potências (EUA e URSS)
Neocolonialismo: dominação econômica, financeira e
tecnológica
Criação de organizações econômicas: MCE (Mercado Comum Europeu) ou CEE
(Comunidade Econômica Européia) x COMECON
A URSS era um país socialista
localizado na Europa e na Ásia, que era constituído por 15 repúblicas, onde a
maior e mais importante era a Rússia (onde fica a capital do país – a cidade de
Moscou)
A crise da URSS assinalou a crise no socialismo, a
queda do Muro de Berlim, o fim da Guerra e conseqüentemente a passagem de um
mundo bipolar para multipolar (pós – Guerra Fria).
Em 1985, Mikhail Gorbatchev assume o
governo soviético e estabelece mudanças, como a Glasnost (abertura política) e
a Perestroika (reestruturação econômica), porém não teve sucesso devido a
diversidade étnica e a oposição dos burocratas.
A crise soviética provocou grande
crise no socialismo do leste europeu, o que acabou causando a queda do Muro de
Berlim e o fim da Guerra Fria.
2.2.1 – Fragmentação da URSS
Esta começa em Setembro de 1991 com
a independência das Repúblicas Bálticas (Lituânia, Letônia e Estônia). Após
este acontecimento a URSS passou a ser formada por 12 repúblicas. Em 08 de
Dezembro de 1991, foi assinado o Acordo de Minsk por Rússia, Ucrânia e
Bielorússia (Bielorus) formado a CEI
(Comunidade dos Estados Independentes). Em 14 de Dezembro de 1991
teve a adesão de 8 países.
A CEI não funciona como país, pois é
formada por países - membros, que têm leis e nacionalidade próprias.
2.3 – Queda do Muro de Berlim e Reunificação Alemã
No pós – 2º guerra, o território da
Alemanha foi dividido em 2 partes: Alemanha ocidental – ocupada por EUA, França
e Grã Bretanha (Capitalista) e Alemanha oriental – ocupada por URSS
(Socialista).
A queda do Muro de Berlim
(Novembro/89) foi o marco inicial da reunificação alemã, em Outubro de 1990.
Agora, temos um país capitalista, cuja capital é Berlim.
A queda do Muro de Berlim estabelece
o fim da Guerra (fim do mundo bipolar), abrindo espaço para o início do mundo
multipolar, com a formação de blocos econômicos.
3. ORDEM MUNDIAL PÓS-GUERRA FRIA
3.1 – Quadro Resumo: Geopolítica da
Multipolaridade
Forma de Poder: Econômico – Tecnológico –
Comercial
Oposição: Países do Norte Ricos x Países do
Sul Pobres
Potências: EUA, Japão e Alemanha
Problemas: Xenofobia e racismo,
fundamentalismo, questão ecológica, monopólio tecnológico com instrumento de
dominação dos países do norte, narcotráfico e fome
3.2 – Multipolaridade
A nova ordem mundial é marcada não mais pelo poder das
armas, mas pelo poder do dinheiro, as relações econômicas estão mais intensas e
não estão mias apoiadas em dois pólos, mas sobre os megablocos econômicos e
geopolíticos.
Serão citadas algumas mudanças com o
aparecimento dessa ordem multipolar:
Neoliberalismo
Surgiu
como doutrina econômica sistematizada no final da década de 1930.
Os
princípios defendidos por seus teóricos são basicamente os mesmos do
liberalismo, diferindo apenas naquilo que a nova realidade do capitalismo
impõe. A supressão de livre – concorrência, determinada pela formação dos
monopólios, oligopólios, trustes, etc. trouxe à baila a necessidade de
intervenção do Estado na economia. Para os neoliberais, portanto, os mecanismos
de mercado são capazes de organizar a vida econômica, política e social, desde
de que sob a ação disciplinadora do Estado.
Na
prática do Estado neoliberal há uma redução dos gastos públicos em educação,
saúde e habitação, enfim, seguridade social.
Globalização
É
a mundialização do capitalismo, onde a competição e a competitividade entre as
empresas tornaram-se questões de sobrevivência.
A
globalização pode ser resumida em duas características: internacionalização da
produção e das finanças e o Estado passa de protetor de economias nacionais é
provedor do bem-estar social, a adaptar-se à economia mundial ou às
transformações do mundo que ela própria e a exaltação do livre mercado
provocam.
Regionalização
Na
época da Guerra Fria tudo girava entre dois pólos, ou duas potências, EUA e
URSS, com a nova ordem internacional o eixo econômico passou a ser outros
países que se estruturaram em megablocos, a economia ficou em regiões, em
blocos.
·
UNIÃO
EUROPÉIA – Europa
·
NAFTA
– (Acordo de livre comércio da América do Norte) – América do Norte + México
·
BLOCO
ORIENTAL
Tigres Asiáticos
Os
Tigres Asiáticos são formados por 3 países (Coréia
do Sul, Formosa ou Taiwan e Singapura) e uma ex-possessão britânica (Hong –
Kong: devolvida em 1997 para China Popular)
China Popular
Teve
abertura econômica (capitalismo), mas não política. Assim poderá ser a potência
das próximas décadas.
Xenofobia
Quando
a economia dos países desenvolvidos estava em expansão, a presença da
mão-de-obra do imigrante era bem vinda. Porém, diante da recente recessão, os
trabalhadores imigrantes passaram a concorrer pelo mercado de trabalho com os
trabalhadores locais, o que provocou uma aversão ao estrangeiro (xenofobia).
Neo-Nacionalismo: Separatista
Com
todo esse avanço há povos que querem se separa de seus países dentre alguns
temos:
·
Quebec
– Canadá
·
País
Basco – Espanha / França
·
Caxemira
– Índia / Paquistão
·
Tchetchênia
– Rússia
·
Kosovo
– Iugoslávia
·
Tibete
– China Popular
·
Curdos
– Turquia, Iraque, Irã, Síria e outros
·
Daguestão
– Rússia
Países Emergentes
Grupo
de país subdesenvolvidos favoráveis aos investimentos estrangeiros. Ex.:
Brasil, México, Argentina, China e África do Sul.
Fundamentalismo
Ato
de seguir fielmente as diretrizes impostas pelas potências; utilizando aqui no
sentido de fazer política usando a religião como instrumento. Ex.: grupos
islâmicos extremistas, principalmente no Oriente Médio e na Argélia (GIA –
Grupo Islâmico Armado).
A Terceira Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica
A
ciência, no estágio atual da terceira revolução industrial, está estreitamente ligada à
atividade industrial e às outras atividades econômicas: agricultura, pecuária,
serviços. É um componente fundamental, pois, para as empresas, o
desenvolvimento científico e tecnológico é revertido em novos produtos e em
redução de custos. Permitindo a elas maior capacidade de competição num mercado
cada vez mais disputado.
A
microeletrônica, o microcomputador, o software, a telemática, a robótica, a
engenharia genética e os semicondutores são alguns símbolos dessa nova etapa.
A
Revolução técnico-científica, movida pela produtividade, ao mesmo, tempo em que
pode gerar mais riquezas e ampliar as taxas de lucros, é também responsável
pelo emprego de centenas de milhares de pessoas em todo o mundo.