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Japão não descarta retomar energia nuclear....


Japão não descarta retomar energia nuclear dois anos após FukushimaCasal faz orações em memorial para as vítimas do terremoto seguido de tsunami que devastou o Japão em 2011 e matou cerca de 19 mil pessoas, em área devastada pela tragédia em Natori,



  • Casal faz orações em memorial para as vítimas do terremoto seguido de tsunami que devastou o Japão em 2011 e matou cerca de 19 mil pessoas, em área devastada pela tragédia em Natori,
Dois anos depois que Fukushima presenciou a pior crise nuclear desde Chernobyl, o Japão passou do blecaute atômico ao planejamento da reativação de suas usinas, apesar dos protestos dos movimentos antinucleares.

Com apenas dois de seus mais de 50 reatores nucleares operacionais, o novo governo japonês, capitaneado pelo conservador Shinzo Abe, ainda não revelou com clareza qual será sua política energética para o futuro, mas ofereceu pistas sobre sua inclinação para este tipo de energia.

Embora seu antecessor, Yoshihiko Noda, tenha prometido um futuro sem usinas nucleares a partir de 2030 no calor do desastre de Fukushima, a vitória por uma arrasadora maioria de Abe nas eleições de dezembro desenha um caminho de paulatino retorno à energia atômica.

"Reativaremos os reatores nucleares quando confirmarmos que são seguros", anunciou o primeiro-ministro no início do mês de março.

O que parece quase seguro é que os reatores, detidos para passar pelas inspeções de segurança exigidas pelo governo após o acidente atômico, não poderão retomar sua atividade completamente pelo menos em três anos, prazo estimado para a conclusão destas revisões.

Além disso, no caso de não reativar nenhum antes de setembro, o Japão voltará presumivelmente ao blecaute nuclear completo, como ocorreu entre maio e junho de 2012 pela primeira vez em 42 anos, já que para então está programada a parada dos reatores da central de Oi, os dois únicos ativos no país.

Por outro lado, está a necessidade de controlar o aumento do custo das importações de hidrocarbonetos que alimentam as centrais térmicas após o fechamento das nucleares, que antes do acidente forneciam 30% do abastecimento total do país.

Neste sentido, apenas em 2012 as importações de hidrocarbonetos aumentaram 10,4% até cerca de 24 trilhões de ienes (R$ 500 bilhões), o que arrastou o Japão até seu maior déficit comercial histórico.

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Koyu Abe dá instruções aos voluntários durante uma ação de limpeza da radiação em uma escola primária em Fukushima, no Japão Leia mais Yuriko Nakao/Reuters

No entanto, apesar da contundência dos números, especialistas na matéria duvidam da necessidade de retomar a energia nuclear no país.

"O Japão não precisa de energia nuclear. É a opção mais cara de gerar eletricidade que existe", afirmou à Agência Efe Kenichi Oshima, professor de economia ambiental e política energética da Universidade Ritsumeikan, em Kioto.

"Sua despesa de por si é bastante substanciosa, mas também é preciso levar em conta os custos sociais" deste tipo de energia, que disparam em casos de grave acidente nuclear, detalhou Oshima.

"A TEPCO (operadora da central de Fukushima) não pode pagar as indenizações às vítimas e os custos para o desmantelamento da usina, a descontaminação e a reabilitação", ressaltou o analista, lembrando que o dinheiro público pagará esse prejuízo.

Até o momento, a maior central elétrica do Japão recebeu cerca de 3 trilhões de ienes (R$ 60 bilhões) de dinheiro público para cobrir os custos do acidente, além de ter aumentado a tarifa elétrica dos lares em 10%.

Além disso, as operadoras elétricas japonesas terão que investir pelo menos 1,1 trilhões de ienes (R$ 23 bilhões) para implementar os novos padrões de segurança exigidos pelo ente regulador.

"Abe quer retomar as usinas nucleares, mas a opinião pública mostra que a maioria quer eliminá-las. Acho que, inclusive para Abe, será difícil", acrescentou.

Neste sentido, desde o primeiro aniversário da tragédia, toda sexta-feira membros da Coalizão Metropolitana Antinuclear, formada no total por umas 200 mil pessoas de 13 organizações do arquipélago, se manifestaram para pedir o fim das usinas nucleares no Japão.

Uma mensagem que, segundo uma enquete realizada pelo jornal "Asahi Shimbun", é apoiada por 74% da população japonesa, preocupada principalmente pela radiação nos alimentos e pelos cerca de 52 mil deslocados deixados pela crise nuclear.

O objetivo de Abe é uma combinação de energias no futuro sem descartar construir novas unidades.

"Os novos reatores serão completamente diferentes aos da central de Fukushima Daiichi que causaram a crise nuclear", afirmou após assumir o poder em dezembro.

"Faremos os maiores esforços para que não ocorram danos na vida dos cidadãos nem na atividade econômica", concluiu, embora tenha antecipado que a decisão final do governo não sairá do papel sem "o consentimento do povo japonês".

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